quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Naquela manhã





Naquela manhã, o chá de todo dia tinha um sabor especial. A noite passada não foi das melhores, mas o coraçãozinho daquela garota ainda batia à toda. O senhorzinho vendedor de picolé passou no horário de sempre. Vivendo o sempre. Cantando como sempre. Porém, o repertório musical daquele dia, diferente dos outros, simplesmente a fez sorrir. 

Ela esperava a campainha tocar e o correio trazer aquela caixa de livros comprados a mais de um mês, entretanto tudo indicava que aquele não seria o dia em questão.

Uma pequena lembrança a abraçou apertado. O sorriso do seu irmão de coração, o melhor presente que a vida poderia lhe dar. De repente, fez-se uma discreta lágrima surgir no seu rosto pálido. Ela mais que depressa a enxugou, quando sua mãe abriu a porta do quarto avisando que era hora do almoço.  Ainda de pijama sentou-se à mesa. Escutando o vai e vem dos carros, tentou imaginar como seria a vida dos seus iguais, todos que vivem em pleno conflito com suas emoções. No entanto, como era de se esperar, nada conseguiu concluir. 

Seu dia passou depressa e acabou sendo  ~ NORMAL ~, nada de extraordinário aconteceu, emoções contraditórias viveu. Apenas esteve onde a rotina a obrigou estar e acabou sendo o que foi.

por Ranna Botelho

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