É inevitável.
Não adianta tentar colocar a
culpa no tempo que lhe falta. Na correria da faculdade, do trabalho, na falta
de recursos ou no excesso de preguiça. Não, não adianta. Não adianta tentar
justificar a partida de pessoinhas que a gente queria que estivessem sempre
ali, do nosso lado.
As pessoas se vão, sem aviso
prévio, sem deixar um bilhete na porta da geladeira ou na caixa de correios.
Elas se vão. Conhecem novas pessoas, pessoas que tem mais a ver com o momento que
estão vivendo ou que lhes fazem mais bem, e você continua ali, no mesmo lugar,
só que agora sem um ombro amigo seja para compartilhar risadas ou lágrimas.
Às vezes, elas se lembram da sua
existência. Às vezes, o intervalo de tempo é tão longo que até mesmo as
melhores memórias acabam partindo.
As pessoas não são como você que
coleciona momentos para viver relembrando-os, mesmo que isso te machuque. As
pessoas não são como você que coloca os seus problemas de lado para procurar
soluções para os delas. Não, não são. Elas não sofrem em seu lugar, então, por
favor, pare de chorar por elas.
Você tentou milhões de vezes.
Tentou fazer-se presente. Tentou fazer com que se fizessem presente na sua
vida, mas de repente cada um tomou um rumo diferente e suas tentativas se
mostraram inúteis. Não se culpe. Você tentou.
Sei que agora dói, que mais do
que nunca você se sente sozinha. Que precisava de alguém para dizer que vai
ficar tudo bem.
Sei que você queria conversar
sobre o último livro lido ou filme assistido.
Sei que você queria se divertir
no barzinho ou na balada com uma turma de amigos, em uma sexta-feira, à noite,
qualquer.
Sei que você queria jogar
conversa fora, durante horas.
É, eu sei como é. Sempre me senti
assim, porém de uns tempos pra cá tá tudo bem mais intenso.
Mas, não se preocupe. Algumas
dessas pessoas te mandarão uma mensagem legal no dia do seu aniversário, após
verem a notificação da data em alguma rede social. Outras, nem mesmo assim lembrarão
de te escrever.
E assim, a gente vai tentando
continuar acreditando nesse negócio de amizade.
por Ranna Botelho
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